segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Setor Novo Pedra do Boi

Novas Conquistas em Andradas na Pedra do Boi

Setor do “Vale”





1-Cheech & Chong 5º E2 60m Paulo\Tadeu

2-Vaca Amarela V 6º E3 90m Paulo\Tadeu

3-Gauleses IV 4ºsup E3 110m Paulo\Tadeu

4-Tijuco Preto IV 5º E3 115m Paulo\Tadeu

5-Cozinhando o Galo V 6ºE3 150m Damito(CE)\Paulo\Tadeu

No começo do mês de junho eu me lembro de ter conversado com o Tadeu a respeito de abrir uma via nova em Andradas. E foi através de uma conversa pelo MSN com o Jacaré, do abrigo do Pantano, que tiramos as dúvidas sobre vias e projetos naquela face. Pelos registros memoriais do jacaré não tinha nenhuma via aberta no local.
Na sexta feira à noite, depois da faculdade era o momento da compra de mantimentos para o final de semana. Dormindo tarde para acordar por volta das 4 da manhã, tomar café rápido partir de Ribeirão Preto rumo Andradas por 3 horas de estrada à noite e frio.
Já em Andradas com as mochilas prontas. Agora é só subir para a pedra e começar!Depois de uma caminhada com a mochila bem pesada chegamos ao local e olhamos a canaleta que dava acesso a linha que pretendíamos. Sugeri que fossemos com as mochilas cargueiras, porque o acesso me parecia bem tranquilo. Aí começou de verdade a escalada e a roubada que nos metemos. Começamos a subir e não deve ter dado 20m quando as coisas ficaram realmente difíceis. Não conseguíamos subir nem descer com as mochilas cargueiras de tão pesadas. Abandonamos uma delas entalada na canaleta e fomos passando à outra de mão em mão ate o final. Foi quando notamos que a bendita linha era bem suja e iria consumir muita energia e proteções fixas logo no começo. Não era nada disso que pretendíamos. Descemos até uma árvore sólida e começamos o rapel para a base novamente.Comemos e resolvemos partir para o planoB.

O ARCO BRANCO

Cheech & Chong" 5º E2 60 m
Junho 2009
Esta parede limpa engana muita gente que a vê de longe. Setor com um visual da Pedra do Boi alucinante. O grande problema desta via nos dias de hoje é um casal de urubu-rei que mora no local. Provavelmente estão com uma cria, pois fomos atacados na ultima vez que estivemos por lá. Portanto este setor esta fora do cardápio de vias para escalada. Quando liberado será informado no abrigo de escalada do Pantano. Mas a historia dela é a seguinte...
Alcançamos a base desta via no começo da tarde. O sol tava bem forte e a rocha quente. Depois de uma disputa acirrada no palito, fui destinado a começar a conquista. O começo da via é uma aderência com micro agarras delicado. Mas é na sua segunda metade que a pedra fica vertical e com agarras bem solidas, dando ao escalador uma grata retribuição pelo seu esforço de aproximação do setor. Esta via foi conquistado por baixo, com furadeira nas costas e em duas horas. Escalada bem protegida sendo necessário duas cordas de 60 m (rapel), #.5 (opcional),e 10 costuras longas para sua repetição.



“Vaca Amarela” V 6º E3 90 m.
Junho 09


O novo acesso ao Vale da Pedra do Boi sai pela casa do seu Zé e da dona Maria e passa por uma estrada de terra ao lado do cafezal. Depois por um pasto com um curral de vacas pequeno, ao lado da Falésia dos Lobos. Todo este caminho esta marcado com totens de pedra e desemboca no riacho na base da mata. Ótimo para colher água para a escalada. A partir deste ponto a trilha esta demarcada com fita refletora branca e vai ate a base da pedra bem próxima da arvore de referência da saída da via Vaca Amarela.
Esta via foi conquistada em junho de 09, por baixo em um dia e meio.
Quando vista por baixo, esta parede não parece ter local algum para proteções móveis, mas logo após o crux tudo muda. Via com lances muito bonitos e delicados. Leva pouco tempo para ser escalada, ideal para o começo da manhã.
A primeira cordada tem uma saída com uma chapa alta e logo após o crux da via bem protegido. Vai para uma diagonal à direita procurando uma laca grande depois a base dupla. Deve estar próxima de 25 m. A segunda cordada começa com um lance de quinto grau protegido por chapeleta e seguido de um delicado nut pequeno, mais uma chapa e a fenda que dará origem a segunda base, com de 28 m. Esta é mista, um camalot #.4 equalizada com uma chapa. A terceira cordada é um quinto grau com três chapeletas e um final delicado e protegido por nuts pequenos e um camalot #.1 que foi testado inúmeras vezes na conquista da via. Cordada de 30 m.
A via deve ser escalada com duas cordas de 60 m. Bom levar fitas para abandono.




"Fuga dos Gauleses” IV 4+ E3 105 m.
15 e 17 de Julho 09

A idéia de conquista desta via começou no cume da Pedra dos Lobos, quando o Tadeu comentou de uma grande laca que cortava a parede do fundo do Vale da Pedra do Boi. Desta grande laca partia uma seqüência de pequenas fendas em diagonal a direita como uma escada. E seguindo ela parecia que ainda teria mais uma cordada para cima. Pelas nossas contas a parede teria mais de 100 metros. Ficamos o final de tarde no cume bolando o plano do dia seguinte.
No outro dia acordamos tarde e ficamos batendo papo e prolongando o café da manhã ate as 10h00. Deixamos o carro na casa do seu Zé e da Dona Maria e subimos.
Quando encontramos a laca, descobrimos a encrenca que era já na saída do chão. Uma chaminé estreita para peças grandes, e muita força. Tentamos a saída e percebemos que não daria sem as peças para proteger o começo. O Tadeu sugeriu uma tentativa a nossa esquerda. Junto de uma arvore. Esta parede poderia ter fendas e provavelmente ligaria com a parte superior da laca. Montamos uma base a uns seis metros do chão, em fendas com hexentrics grandes. O segurança fica desta forma, em contato visual com o escalador durante este começo que é fácil, mas um pouco sujo.E muito bem instalado em cima da arvore grande da saída da via. Conquistamos duas cordadas e paramos na base dupla de argolas. No final de tarde montamos um rapel de 60m exato direto para o chão.
Descemos a trilha bem devagar para o abrigo porque nos troncos da arvore na primeira cordada tinha alguns espinhos que acertaram nossos joelhos. Mas o joelho do Tadeu ficou tão inchado que ele não conseguia dobrar a perna direito. Sinistro.
No dia seguinte acordamos cedo e percebemos que seria um dia de jardinagem no abrigo e resguardo para o joelho inchado. Comemos muita tapioca com geléia amarga e café da Nice. A noite janta farta, chimarrão e cama.
Acordamos com as mochilas prontas, tomamos café e subimos mais uma vez. Jumareamos os 60 metros ate a base fixa e nos preparamos para a última cordada. Como não batemos nenhum grampo de proteção durante toda via, tentamos continuar desta forma. Não deu certo. Esta cordada acabou com três grampos fixos numa cordada de 45 metros com uma base dupla com argolas para o rapel.
Via com boas colocações móveis durante toda parede. Tecnicamente fácil, com ótimo visual do Vale entre as paredes da Pedra do Boi e da Pedra dos Lobos. A ultima enfiada da via é 5 estrelas e um pouco exposta no final.


"Tijuco Preto” IV 5º E3 110 m
Agosto 09

Após a conquista da via Fuga dos Gauleses, comemos na base da pedra e fomos ate uma saída de via que o Jacaré nos indicou. Comecei a conquista da primeira cordada um pouco suja e delicada, mas melhorou muito depois de subir uns 10 m. Uma boa fenda que é vista da base da via. Na seqüencia outra fenda para nuts médios e duas chapas que ficamos um dia inteiro para bater. Depois das chapeletas uma diagonal para a direita e uma base dupla com argolas sobre um platô para duas pessoas. Esta é uma base bem confortável para os dois escaladores aproveitarem do visual. Cordada de 55 m.
A segunda cordada é mais fácil. Percorre a aresta direita desta parede. Tem uma chapeleta e algumas possibilidades para proteções móveis numa cordada de 60m. Cabeça de via em platô e um visual de um setor esportivo bem escondido no final da trilha dos motoqueiros, quase no cafezal do Boi.





"Cozinhando o Galo” V 6º E3 150 m.
28 e 29 Agosto 09.

Esta foi uma viagem divertida. Ainda em Ribeirão Preto estávamos esperando pela chegado de um amigo do Tadeu que mora em Fortaleza (Ricardo Damito) e ficaria por aqui uns dias. Escalador acostumado com a fartura de Quixadá não se decepcionou com Andradas e garantiu sua volta para escalar vias que não tivemos oportunidade. Partimos rumo Minas Gerais por volta das 7 da manhã e chegamos na hora do almoço do dia 28 de agosto. Comemos aquela marmita e partimos carregados rumo ao sol e a subida até a base da pedra. No caminho explicamos como estava dividido este novo setor ao Damito e sorteamos o nosso destino. Queríamos conquistar uma via não importava em qual face seria. Decidimos no “palito” e por ironia a caminhada seria mais longa.
Arrumamos o equipamento na base e por insistência da sorte fui eu de novo começar a conquista. Cordada tranqüila de IV grau com 3 chapas e a base com argolas dupla a uns 35m do chão. A segunda cordada é um show a parte. Sexto grau de 60 m com direito a um farto esticão no final. A última cordada não podia ser diferente. Uma saída fácil e exposta faz de seus primeiros 30 m uma idéia do que será o contorno da parede mais inclinada desta face. Neste trecho foram usados camalots #.5 e #.75. Base dupla com 60 m de cordada. Esta via foi conquistada em um dia e meio de trabalho, por baixo e furadeira nas costas.







Traçado das vías da esquerda para direita




1-Cheech & Chong 5º E2 60m
2-Vaca Amarela V 6º E3 90m
3-Gauleses IV 4ºsup E3 110m
4-Tijuco Preto IV 5º E3 115m
5-Cozinhando o Galo V 6ºE3 150m



Croquis













































texto: Paulo Arantes

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